Capítulo 20
O chaveiro chegou rapidamente e trocou a fechadura da porta com habilidade. Tamires
Martins quis pagar, mas Sérgio Prudente não permitiu, dizendo que procuraria Henrique Lopes para reembolso.
“Guarde bem as chaves, qualquer coisa é só me chamar.”
“Obrigada.”
“Não precisa agradecer assim, eu e Henrique nos conhecemos há muitos anos, somos como família, não tem por que ser formal.”
Sérgio Prudente perguntou: “Você trabalha no hospital?”
“Sim, ainda estou em estágio.”
“De qual área?”
“Clínica médica.”
“Ser médica é ótimo, um futuro brilhante pela frente. Bom, não vou te incomodar mais, pode descansar.”
“Obrigada pela ajuda, até mais.”
Após a saída de Sérgio Prudente, Tamires Martins voltou para o quarto e logo adormeceu.
Dias depois, Tamires Martins viu Débora Barbosa se inscrevendo para uma consulta no hospital, exatamente quando ela e um colega estavam atendendo. Ela se surpreendeu, mas, graças à máscara, Débora Barbosa não a reconheceu.
Débora Barbosa veio ao hospital porque se sentia mal.
Acabou sendo atendida pelo colega de Tamires.
Débora Barbosa explicou sua situação: “Eu tive um aborto espontâneo recentemente, e agora não sei por que, mas meu estômago dói muito.”
Aborto espontâneo?
Tamires Martins se surpreendeu e olhou para Débora Barbosa, que também olhou de volta, mas rapidamente desviou o olhar, provavelmente sem reconhecê–la.
O colega disse: “Para o seu caso, você precisa consultar a ginecologia, eu não posso atender isso aqui. Vou te encaminhar.”
“Clínica médica não pode ver?”
“Não, é um caso para ginecologia, você não foi informada na inscrição?”
Débora Barbosa: “Eu pensei que era apenas uma dor de estômago comum.”
“Eu suspeito que sua dor seja uma consequência do aborto, mas sem exames, é melhor você ir
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à ginecologia para verificar.”
“Então tá, obrigada, doutor.”
Após a saída de Débora Barbosa, o colega se virou para ela: “Por que você ficou tão quieta?”
“Ah, não é nada.”
“Não é nada, você a conhece?”
“Não exatamente.” Tamires Martins estava nervosa, seu colega tinha um jeito muito parecido com o do Dr. Jerônimo, sempre muito atento.
Ele não perguntou mais, e chamou o próximo paciente.
Na volta para casa, pela Rua Belo–Visto, Tamires Martins viu por acaso o carro de Henrique Lopes. Ela ainda lembrava a placa, o que significava que ele tinha voltado?
Quando estava prestes a se aproximar, a porta do carro se abriu e Henrique Lopes saiu. Ele acenou para ela de longe.
Ele estava vestindo roupas casuais, uma jaqueta preta e calças pretas, parecendo rústico e
robusto.
Tamires Martins hesitou antes de se aproximar, soltando uma baforada no ar frio: “Você voltou.”
“Sim.” A luz sombreava seu maxilar enquanto ele baixava o olhar para o rosto dela: “Como você
está?”
“Já estou bem há tempos.”
Henrique Lopes fixou o olhar em seu rosto suave e pálido, perguntando diretamente: “Você sentiu minha falta?”
Tamires Martins se assustou, um lampejo de pânico passou por seus olhos. Quando
confrontada com algo que não queria enfrentar, ela se calava.
Prevendo que ela não responderia, Henrique Lopes não se surpreendeu e perguntou novamente: “Por que você não me pergunta diretamente?”
“Perguntar o quê?”
“Quantas namoradas eu tenho.”
Tamires Martins ficou em silêncio.
Ele sabia?
Henrique Lopes tirou um cigarro do maço, colocou na boca e acendeu de forma despretensiosa: “Ainda quer perguntar?”
Tamires Martins respondeu: “Se não for essa namorada, será outra. Tio, não me interesso pelos seus assuntos, só estava perguntando. Mas você deveria avisar sua namorada, para evitar
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mais mal–entendidos.”
Henrique Lopes soltou uma risada leve: “Você tem certeza de que não está interessado?”
Seu olhar se tornou ainda mais intenso, e um sorriso pensativo adornava seus lábios.
“Sim, não estou interessado.”
Henrique Lopes franziu ligeiramente a testa: “Não está interessado e ainda pergunta.”
“Desculpe, não acontecerá novamente.”
3/3
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