Capítulo 6
Íris observava o celular de Sylvia, que acendia e apagava repetidamente.
O aparelho não parava de vibrar, sem cessar!
Não resistindo, Íris sugeriu: “Por que você não desliga esse celular de uma vez?”
Apesar de já ter bloqueado alguns números, o problema era que todas as chamadas eram de
números desconhecidos.
Não era difícil deduzir que se tratava de Glenda, que provavelmente estava utilizando o telefone dos empregados da casa.
Sylvia aceitou o conselho e desligou o celular.
No entanto, a retaliação de Glenda não demorou a chegar..
Na hora de pagar a conta.
Quando Sylvia tentou usar o celular para fazer o pagamento, uma mensagem apareceu: “Seu cartão bancário foi bloqueado, por favor, escolha outro método de pagamento.”
O cartão que estava vinculado ao celular, um recurso que Glenda insistiu que fosse associado anos atrás, quando Sylvia retornou para a Família Menezes, estava agora bloqueado.
Íris, vendo que o pagamento não havia sido efetuado, olhou para o celular dela e perguntou: “O que significa isso?”
Sylvia respondeu: “Eles bloquearam o cartão.”
Íris torceu a boca em desgosto: “Por causa da Kesia? Que tipo de família faz isso com a própria filha?”
Saber que a Família Menezes tinha bloqueado o cartão de crédito de Sylvia deixou ĺris com um gosto amargo na boca, como se tivesse engolido algo estragado.
Como pode haver gente assim, que trata a própria filha dessa maneira só para beneficiar a afilhada?
Sylvia sorriu, sem demonstrar surpresa: “Não é a primeira vez.”
Íris insistiu: “Deixa que eu pago.”
Ela já estava pegando o celular da bolsa.
Sylvia protestou: “Não, eu tenho dinheiro.”
Mas antes que pudesse fazer algo, Íris já havia pago a conta…
Ao saírem do restaurante e entrarem no carro, Iris falou: “Vou transferir duzentos mil
Não tenha medo deles.”
para
você.
O pensamento de que a própria filha estava sendo tratada de forma tão desumana pela sua
1/3
18:334
Capítulo 6
família incomodava profundamente Íris.
5
Ao ouvir a generosidade de Íris, Sylvia se sentiu tocada.
“Não precisa. Eu tenho dinheiro.”
Íris, incrédula, retrucou: “Você nem está trabalhando! Que dinheiro você teria, se não fosse pela
Família Menezes, aqueles monstros?”
Íris ficou furiosa, quase se engasgando de raiva.
Sylvia insistiu: “Eu realmente tenho dinheiro, é uma longa história.”
Embora Sylvia tivesse passado os últimos dois anos ao lado de Ricardo, isso não significava que ela dependesse totalmente dele ou da Família Menezes.
Desistindo de argumentar, Íris disse: “Tudo bem, mesmo que você tenha dinheiro, aceite esses duzentos mil por enquanto.”
Íris não acreditava que Sylvia tivesse uma fonte de renda própria.
Sem outra opção, Sylvia levou Íris ao shopping, onde gastaram centenas de milhares em
compras.
Íris finalmente foi convencida…
Quando viu o cartão Black nas mãos de Sylvia, seus olhos brilharam: “De onde veio esse cartão? Foi o Ricardo que te deu?”
A única explicação que Íris conseguia pensar era que Ricardo tivesse dado o cartão a Sylvia.
Sylvia, percebendo que havia usado o cartão na pressa, hesitou por um momento.
Uma emoção profunda cruzou seu olhar…
“Ele? De jeito nenhum.”
Ricardo jamais lhe daria seu cartão.
Íris perguntou: “Então, quem te deu?”
Não era Ricardo? Nem a Família Menezes?
“Você conhece algum outro homem rico?”
Pensando no dono do cartão, seu olhar suavizou, mas ela manteve o silêncio.
“Vamos embora!”
Sem mais delongas, elas saíram do shopping carregadas de sacolas.
Após se separar de Iris.
Sylvia voltou para o Horizonte Azul, onde encontrou Ricardo à sua espera na porta.
212
Capitulo 6
Ele estava visivelmente irritado e, olhando para o relógio, revelou que havia esperado por ela por duas longas horas.
“Por que você desligou o celular?”
Sylvia respondeu sucintamente: “Estava barulhento demais.”
Era raro que ligassem tanto para ela em um único mês, mas hoje, por causa de Kesia, as ligações pareciam intermináveis.
Ao tirar a chave do bolso para abrir a porta, Ricardo segurou o pulso dela com força: “Sylvia!”
Sylvia o olhou com frieza, com o olhar gelado atravessando–o.
“É muito triste não ter ninguém para acompanhar o primeiro amor no hospital.”
A menção do “primeiro amor” fez a raiva borbulhar ainda mais nos olhos de Ricardo.
“Vamos conversar direito.”
Sylvia não hesitou: “Não é necessário.”
Ela sacudiu a mão de Ricardo, abriu a porta para entrar e já estava prestes a fechá–la.
Quando Ricardo se adiantou com os olhos e as mãos, atravessando o braço pela abertura da porta, impedindo que ela se fechasse a tempo.
No momento em que ele tentava se espremer para dentro, Sylvia não pensou duas vezes e chutou diretamente o seu ponto mais vulnerável.
Ricardo, cerrando os dentes, exclamou: “Sua… mulher…!”
Desviando no último segundo, retirou o braço da porta, enquanto Sylvia tentava aproveitar a oportunidade para fechá–la de uma vez.
No entanto, Ricardo foi mais rápido, agarrou a porta antes que ela se fechasse e se espremeu para dentro com agilidade.
Sylvia, com um olhar gelado, advertiu: “Eu sugiro que você saia agora.”
“Olhe para você. Como você ousa?”
Essa mulher… Só então que Ricardo percebeu o quanto ela era agressiva, sem nenhum traço de delicadeza feminina.
18:330