Capítulo 4
Após um tumulto e muita confusão.
Foi uma tarefa difícil, mas Nathan conseguiu finalmente separar Sylvia da briga.-
O rosto de Kesia estava tão contorcido de dor que, com os olhos cheios de lágrimas, ela olhou para Ricardo e disse: “Ricardo, eu…”
Ricardo estava visivelmente pálido, tomado pela raiva!
Furioso, ele gritou para Nathan, que ainda segurava Sylvia: “Leve–a embora daqui agora.”
Sylvia tentou se soltar, mas Nathan não se atreveu a soltá–la.
Ela possuía uma força impressionante.
“Sra. Resende, vamos embora.” – Nathan tentou acalmá–la.
Sylvia respondeu: “Minha bolsa.”
Ela havia usado a bolsa para golpear Ricardo e, agora, ela estava caída ao lado dele. Ricardo, furioso, pegou a bolsa e a atirou em direção a ela.
Nathan a pegou rapidamente e a entregou de volta a Sylvia: “Aqui está sua bolsa.”
Que confusão.
A situação terminou com Sylvia sendo levada para o carro por Nathan.
Nathan queria levá–la para casa, mas Sylvia não permitiria que um associado de Ricardo a conduzisse, então ela mesma pegou o volante e foi embora.
Ricardo ficou atordoado com o golpe por um momento, sem conseguir reagir.
Quando ele se recuperou e viu Kesia, com o cabelo bagunçado e o rosto inchado, a raiva que sentía por Sylvia só aumentou.
Ele a pegou nos braços: “Vou te levar ao hospital agora.”
Kesia assentiu, com os olhos cheios de lágrimas, parecendo extremamente triste.
Ele pediu a Nathan que dirigisse.
Mas, quando Nathan olhou para o local onde o carro estava estacionado, não havia mais nada no lugar!
“A Sra. Resende levou o carro.”
Na confusão, Nathan havia pensado em levar Sylvia embora, mas acabou sendo ela quem levou o carro.
Ricardo, já furioso, ficou ainda mais irritado.
Vendo o crescente furor de Ricardo, Nathan disse: “Vou buscar outro carro no estacionamento.”
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Capitulo 4
Ele precisava pegar as chaves primeiramente no escritório.
Enquanto Sylvia aguardava no semáforo.
Seu telefone começou a vibrar – Era uma ligação de sua mãe, Glenda Gomes.
“Volte para casa esta noite, preciso conversar com você.”
Sylvia abriu uma garrafa de água e tomou um gole: “Não posso, estou muito ocupada.”
Ela sabia exatamente o que sua mãe queria dizer e não estava disposta a ouvir.
Quando Glenda percebeu a recusa, respondeu, irritada: “O que você tem de tão importante para fazer? Não vejo você se esforçando tanto assim por Ricardo.”
Sua mãe tinha sentimentos conflitantes em relação a ela.
Sylvia retrucou: “Então você trouxe Kesia de volta para cuidar dele no meu lugar?”
Um silêncio emergiu ao telefone.
Glenda finalmente quebrou o silêncio, tentando amenizar a conversa: “Já faz tanto tempo, não vale a pena ficar remoendo isso.”
O tempo estava começando a esfriar.
A janela do carro estava ligeiramente aberta, e o vento gélido que entrava fez Sylvia sentir um arrepio no pescoço.
Mas ela rapidamente ignorou aquele frio cortante.
“Sra. Gomes, eu quase perdi a vida naquele acidente de carro, faz apenas três anos. A senhora não se lembra de como eu estava quando voltei?”
Ela havia ficado internada no hospital por dois longos meses após ser encontrada.
Kesia foi a responsável por aquele acidente, temerosa de que Sylvia retornasse à Familia Menezes e tomasse tudo que era dela.
O acidente foi uma tentativa de tirar a vida de Sylvia para impedir que ela retornasse à Família
Menezes.
E agora sua própria mãe estava pedindo para ela não se apegar a isso?
Glenda respondeu: “Aquilo realmente não foi causado por ela, você não deveria sempre pensar mal dela.”
Sylvia jogou a garrafa de água vazia que tinha em mãos, acertando perfeitamente a lixeira à beira da estrada.
“Ela disse que eu olhei para ela com má intenção, e vocês acreditam nela! Já que confiam tanto nela, para que precisam de mim, sua própria filha? Melhor fingir que nunca me
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Capitulo 4
encontraram. Então vamos fazer o seguinte, vou te bloquear agora mesmo!”
“Sylvia! Você não poderia ser um pouco mais racional? Não é preciso ficar tão irritada toda vez que falamos sobre isso!”
Glenda ficou furiosa.
Sempre que Kesia era mencionada, a conversa entre as duas seguia esse mesmo padrão, e Glenda ficava extremamente irritada com isso.
Depois de mais uma série de acusações sobre sua falta de racionalidade, ela foi direto ao ponto:
“Eu até entendo que você sempre teve suas diferenças com ela. Mas, dessa vez, a situação é outra. Ela está doente, muito doente.”
Sylvia soltou uma risada sarcástica: “Ah, ela está doente, então eu e Ricardo temos que adiar nosso casamento, e o Ricardo tem que ficar ao lado dela o tempo todo, certo?”
Nem que ela fosse tão apegada a Ricardo.
Mas a moral dessa gente ainda provocava Sylvia a fazer alguns comentários ácidos.
Glenda, já mais irritada, respondeu: “Ela e Ricardo cresceram juntos, e ela depende muito dele emocionalmente.”
“Fique tranquila. No fim das contas, Ricardo vai se casar com você. Por enquanto, que tal priorizarmos a saúde da Kesia?”
Elas queriam tratar Kesia como se fosse uma joia rara, e ainda esperavam que Sylvia recuasse. Que absurdo…
Vendo que Sylvia não dizia nada, Glenda perguntou: “Você está me ouvindo?”
Ouvir o quê? Uma lavagem cerebral tão repulsiva e ainda esperavam que ela aceitasse? Sylvia não quis nem saber e simplesmente desligou.
E, logo em seguida, bloqueou!
Já havia bloqueado faz tempo, nem sabia quem era o desgraçado que sempre a desbloqueava.
De volta ao Apartamento Horizonte Azul.