Capítulo 17
Influenciado pelas palavras de Nathan, Ricardo chegou bem cedo ao Horizonte Azul. Porém, suas inúmeras tentativas de entrar em contato com Sylvia, seja pelo seu próprio telefone ou pelo de Nathan, resultaram em vão.
Sem mais opções, ele decidiu fazer uma visita à casa de Sylvia, batendo à porta na esperança de que ela estivesse ali.
Depois de insistir por longos dez minutos, a porta permaneceu fechada. Ninguém apareceu.
O semblante de Ricardo, que havia estado um pouco mais leve pela manhã, estava agora
visivelmente mais sombrio.
Nathan sugeriu: “Será que a Sra. Resende partiu para a. velha casa antes de chegarmos?”
Ao ouvir que ela poderia ter ido sem esperar por ele, Ricardo lutou para conter a explosão de suas emoções.
“Partiu sem mim?”
Nathan, tentando suavizar a situação, sugeriu: “Ligue para a senhora.”
Ricardo sacou o celular e ligou diretamente para sua mãe.
Carolina atendeu rapidamente e revelou que havia tentado falar com Sylvia, mas ela já estava a caminho da velha casa.
Ela questionou, surpresa: “Por que você está me ligando? Por que não liga diretamente para a Sylvia?”
As veias de Ricardo saltavam de frustração.
Se ele pudesse ter contato direto com Sylvia, não estaria ligando para a sua mãe.
“Eu vou voltar.”
Ele não mencionou que Sylvia o havia bloqueado, seria muito vergonhoso.
Carolina, em tom de advertência, disse: “Então volte, mas te aviso logo, você precisa se desculpar direito e garantir que não vai mais cruzar com aquela Kesia.”
Ao telefone, Carolina dava conselhos ansiosos a Ricardo.
A mansão parecia prestes a explodir de tensão, especialmente porque sabiam que Kesia tinha sido diagnosticada com câncer de útero.
Casar com essa mulher? Isso poderia significar o fim dos descendentes da Família Borges,
certo?
A preocupação com Sylvia não esperar por ele deixou Ricardo ainda mais irritado, e o peso da grande promessa que ele tinha que fazer a Sylvia parecia sobrecarregá–lo.
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Capítulo 17
“Essa questão…”
“Seus avós e bisavós disseram claramente que, se esse casamento falhar, agirão como se não tivessem mais um neto.”
Será que ele seria abandonado pela família toda?
Ricardo, tentando controlar a respiração, murmurou: “Por que eles gostam tanto da Sylvia?”
“Porque dá sorte e seus horóscopos são compatíveis.”
Ricardo pensou, com um ar de ceticismo: “Não vejo essa história de compatibilidade. Isso me irrita. Em que época estamos que ainda acreditam nessas coisas?”
Carolina, decidida a encerrar a conversa, disse: “Chega de papo, volta logo e lembre–se do que eu disse.”
Sem dar mais espaço para discussão, ela desligou.
Ricardo, de pé e olhando para a porta fechada, desejava profundamente entender o coração de Sylvia.
Essa mulher, que aparentemente não tinha grandes qualidades e era difícil de lidar, conseguia agradar tanto os anciões.
Para os mais velhos… ela não precisava fazer muito. A tal da “compatibilidade” já era o suficiente para conquistá–los.
Quando Sylvia chegou à velha casa, Ricardo ainda não havia retornado.
Ao vê–la, Carolina a recebeu com um sorriso caloroso: “Querida, sinto muito pelo que você passou.”
“Tia, trouxe isso para a senhora.”
Sylvia, com toda a educação, entregou uma caixa de veludo para Carolina, que imediatamente ficou ainda mais encantada com ela.
“Minha querida, eu que insisti para você vir. Não precisava trazer nada para mim.”
A consideração de Sylvia tocou profundamente Carolina.
Ela não entendia como a Família Menezes não via o valor dessa garota, preferindo aquela tal
de Kesia.
Sylvia explicou: “Quando vi esse broche, imaginei que ficaria perfeito na senhora.”
“Você é muito atenciosa, e eu também preparei um presente para você.”
Carolina puxou Sylvia pela mão, subindo as escadas.
Sylvia havia trazido apenas um simples broche, mas Carolina, com seu gesto afetuoso, The entregou um colar de diamantes valioso,
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Capitulo 17
Ao ver o colar repleto de diamantes, Sylvia recusou com gentileza: “Isso é muito precioso, não posso aceitar.”
“Eu comprei especialmente para você. Mês passado, quando fui a Paris com Tereza Borges, comprei dois, um para você e outro para Tereza.”
Independente de ser verdade ou não, naquele momento, Carolina deixou claro o quanto a tratava com carinho, como se fosse uma filha.
Após o desentendimento com Ricardo e Kesia no dia anterior, apresentar aquela joia valiosa parecia ser uma tentativa de apaziguar Sylvia.
Sylvia, no entanto, insistiu em recusar: “Eu realmente não posso aceitar.”
As desavenças com Ricardo ainda estavam em aberto, e ela não queria aceitar nada da Família Borges enquanto tudo não estivesse resolvido.
Mas a Sra. Borges, determinada, não se deu por vencida e insistiu, colocando o colar no pescoço dela.
Sylvia, vestindo um longo vestido decotado, sentiu o peso do colar de diamantes em seu pescoço, e, de alguma forma, ele adicionou um toque de luxo à sua aparência.
Carolina, satisfeita, assentiu com prazer: “Veja, eu disse que ficaria perfeito em você. Quando vi esse colar, soube que tinha que ser seu.”
Sylvia, sem muito o que fazer, respondeu: “Então, obrigada.”
Se era para receber, ela aceitaria respeitosamente.
As duas desceram as escadas conversando e rindo, enquanto Ricardo chegava à casa naquele
exato momento.
Ao ver o colar de diamantes no pescoço de Sylvia, ele ficou visivelmente surpreso.
Ele se lembrava do colar. Sua mãe o havia arrematado em um leilão em Paris no mês passado. Quando a trouxe para casa, ela tinha dito que o colar era para a futura nora.
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